Ser mãe é realmente muito importante, é ter em mãos a responsabilidade pelo desenvolvimento de uma vida. É poder, com certeza, intervir diretamente no formato deste mundo através da forma como se educa e se relaciona com um filho. Sendo assim, ser mãe é antes de tudo um papel de importância social.
Saber acolher um filho. Saber torná-lo independente. Fortalecê-lo como indivíduo. Desenvolver capacidades morais e intelectuais. E onde tudo começa? Tudo se inicia no corpo da mulher. A relação com a mãe é a primeira relação que a criança estabelece no mundo. Na primeira fase de sua vida ela se encontra física e psiquicamente integrada ao corpo da mãe. Não se percebe, nos primeiros meses, como um ser separado e é através dos olhos da mãe que a criança iniciará sua percepção do mundo. Seu inconsciente está intimamente ligado ao inconsciente da mãe. Esta separação, ainda que necessária e natural, é um processo difícil para ambos. A criança necessita experimentar suas sensações e perceber-se como um ser diferenciado. A mãe por sua vez tem dificuldade, muitas vezes, de distanciar-se deste filho, fazendo parte é claro desta relação simbiótica, estando ambos "encantados". Aos poucos a separação vai ocorrendo porque a vida assim o solicita. A mãe necessita voltar às suas atividades e reestruturar sua vida, agora com este filho. Esta simbiose inicial estará sempre presente nesta relação, ainda que se transforme ao longo da vida. Progressivamente a criança ganha força iniciando assim o processo de sua independência, seu universo se amplia e descobre novas formas, amplia suas relações sociais, se relaciona com o pai, com os familiares, mais tarde com a escola, os amigos, o mundo. Seu filho cresce e você cresce paralelamente, a cada fase ultrapassada e vivida plenamente, a cada conquista atingida, a cada crise superada, enfim, é um refletir contínuo de ambos. Mas certamente, aquele laço inicial permanece presente. Determina aspectos importantes na existência do filho e da mãe. As primeiras referências, o tato, o aroma, o calor, o acolhimento, é uma experiência que marca o corpo e a alma. Certamente todos nós passamos por esta experiência inicial, o que nos permite estar aqui neste momento, reflexivos e atuantes.